Maratona do Rio de Janeiro - 18/6/2017

Correndo à beira-mar!

Lembro-me de dois fatos extremos, em relação a essa maratona: o primeiro, foi a inscrição com maior antecedência que fiz e, o segundo, foi a que corri com menor intervalo de tempo em relação à ultima e, para ser sincero, a experiência não foi nada agradável.

A prova estava agendada para o dia 18 de junho, mas, como fiz a inscrição um ano antes, não lembrei que iria correr em Santiago, no Chile, no dia 2 de abril, ou seja, praticamente, dois meses antes.

Desempenho x número de maratonas

Embora não exista um número "mágico" de maratonas para se correr durante um ano, os atletas de elite, que não é o meu caso, entendem que o ideal seria participar de, no máximo, duas e, de preferência, uma em cada semestre.

Se, para eles justifica um período maior de descanso para se recuperarem, pois, são profissionais e, normalmente, três ou quatro meses antes da prova, treinam focados, em alta intensidade e, é claro, a correm no "limite", pois têm como meta subir ao pódio e, consequentemente, receberem premiações pecuniárias, para nós, amadores, também, mesmo que o nosso objetivo seja concluir a prova e conquistar a medalha.

No meu caso, para ter um bom desempenho em uma maratona,  já percebi que necessito de, no mínimo, 4 meses de intervalo entre duas maratonas, que é justamente o tempo aconselhado pelos especialistas para fins de treinamento. Mas, como se tratava da 15ª edição e tinha uma programação toda especial, lá fui eu para o Rio de Janeiro.

No dia da prova, de madrugada, já comecei correndo uma "maratona", pois tive que pegar um táxi até o Aterro de Copacabana para, lá, embarcar em um dos ônibus que partiriam, entre 5h e 5h40min, em direção ao Recreio dos Bandeirantes, mais precisamente, à Praça do Pontal do Tim Maia, local da largada. Até chegarmos lá, foi uma verdadeira viagem, pois, demoramos quase 1 hora e meia.

Antes da largada, ficou visível a falta de educação por parte de muitos atletas, principalmente, aqueles que chegaram atrasados. Simplesmente, pularam as divisórias da concentração. Um, dois, três... vários, na maior "cara de pau". Lamentável! Bem diferente do Chile, por exemplo, mas fazer o quê, não é?

Às 7h30min, saímos, em direção ao Flamengo, passando por inúmeras praias, conforme mapa de percurso abaixo, entre elas, a do Pepê, local de largada da meia-maratona.

Resultado de imagem para imagens da altimetria da maratona do rio 2017

Altimetria

A altimetria, ou seja, a diferença de níveis no percurso, até o km 21, conforme gráfico acima, estava excelente. Mas, eu não. Quando cheguei nessa altura da prova, não sei se por não ter treinado o suficiente ou por causa do curto intervalo em relação à última maratona ou, ainda, pela união desses fatores, a sensação de cansaço já era semelhante àquela que sinto somente quando estou nos últimos quilômetros das maratonas.

E agora, o que fazer? Bem, quando isso acontece é preciso concentração e inspiração. É pensar: "Já corri a metade... agora "só" faltam 21 km." Olhar para a frente e buscar inspiração. Sério! Algumas vezes, é um "gordinho" ou uma "gordinha", outras é alguém mais idoso e outras... enfim, se estão correndo, vamos correr, também! E, seguir em frente!

Os 3 km mais difíceis da prova foram do 26 ao 28, ou seja, a famosa subida da Niemayer. Dependendo do condicionamento do atleta ele pode tentar manter o ritmo e subir correndo; reduzi-lo um pouco e trotear ou reduzi-lo mais ainda, entenda-se, nesta última hipótese, caminhar, como muitos fizeram.

Quando cheguei na base da subida, eram quase 10h. Pense em um calor escaldante e eu subindo a Niemayer correndo! O visual lá de cima realmente é lindo! Mas a ladeira... é cruel! Fazendo uma autoavaliação após a prova, percebi que, estrategicamente, errei ao tentar manter o ritmo na subida. Deveria ter reduzido, pois a consequencia não demorou muito para vir. Subir até que subi, mas descer... 

Sabe aquela estória de que "para baixo todos os santos ajudam"? Em maratona, pelo menos, para mim, não funciona. O impacto nos joelhos, das pisadas no asfalto, é enorme, principalmente, para quem já estava cansado... e eu era um deles. 

Ainda bem que, a partir do km 32, até o final, ou seja, os últimos 10 km, foram planos, o que auxiliou bastante até eu cruzar a linha de chegada.

Enfim, cheguei bastante cansado, mas concluí a famosa Maratona da Cidade do Rio de Janeiro, carinhosamente chamada por muitos de Maratona do Rio de Janeiro. 

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Final da maratona... hora de comemorar - Foto: Manoela/RJ