Maratona de Recife - 3/12/2016

Problemas à vista!

No nordeste, são poucos os estados que promovem maratonas: a Bahia, que promoveu a Maratona Caixa da Bahia, por duas vezes, e Pernambuco, que já iria para a sétima edição da Maratona Internacional Maurício de Nassau.  Fora esses dois, até 2016, não lembro de mais nenhum. Como já tinha corrido, em Salvador, fiz minha inscrição para correr em Recife.

Novamente, assim como aconteceu com a minha primeira maratona, o mês foi alterado e, portanto, pela segunda vez iria correr no mês que inicia o verão, ou seja, em dezembro. Ainda bem que algum iluminado percebeu a aberração quanto ao horário de largada, que, nas edições anteriores tinha sido pela manhã, e o alterou para a tarde, às 15h50min, do dia 3/12/2016, um sábado.

Coincidência, boa ou não?

Coincidência, boa ou não, na sexta-feira, seria a confraternização anual da Adcap – Associação dos Profissionais dos Correios, a ser realizada na Churrascaria Boi na Brasa e, para a qual eu tinha sido convidado. Boa, por ser uma ótima oportunidade para rever alguns amigos e ficarmos jogando conversa fora por boa parte da noite, enquanto comíamos um delicioso churrasco regado a cerveja para alguns, incluindo eu, e refrigerantes, para outros. Não tão boa, pelo fato de que, no dia seguinte, eu teria que correr uma maratona.

Confesso que tive que fazer um “sacrifício” muito grande para, em determinado momento, largar o garfo e o copo, pois, caso contrário, no dia seguinte, provavelmente, “quebraria” logo no início da maratona.

Como a integração faz parte das corridas, lembro que conheci, no hotel em que estava hospedado, alguns corredores de Maceió. Fizemos amizade e fomos juntos para o local da largada. 

A largada foi no Paço Alfândega. Portanto, durante a maratona, tive a oportunidade de visualizar, mesmo que correndo, alguns pontos turísticos de Recife, entre eles a praia de Boa Viagem, o Forte das Cinco Pontas, o Cais do Apolo e o Teatro de Santa Isabel.

Pontos negativos

No entanto, em relação à maratona propriamente dita, alguns pontos deixaram a desejar. O primeiro deles foi a falta de camiseta para alguns participantes. Nós que chegamos, em torno, de 15h30, recebemos “apenas” a informação de que não haviam mais para serem distribuídas. 

Junto com a maratona, foram realizadas a meia e a prova de 10km. Até ai, nenhuma novidade. No entanto, a organização não foi suficientemente inteligente na definição do percurso. Eles definiram que, quem iria correr a maratona, faria três voltas, de aproximadamente, 14 km, passando duas vezes pelo local da chegada. E aí começou a confusão!

Quando passamos a primeira vez, estávamos concluindo os primeiros 14 km, correto? Correto. Portanto, os corredores de 10 km, já tinham ou estavam concluindo a prova. Naqueles poucos metros, aglomeraram-se corredores caminhando, pois já tinham concluído; outros, chegando “no limite”, para concluir; nós, da maratona, cruzando e, para completar, parentes e curiosos tentando identificar e aplaudir os conhecidos.

Parecia um legítimo corredor polonês (nome popular dado a uma faixa estreita formada por duas fileiras de pessoas alinhadas lado a lado, voltadas para o centro, com o objetivo de maltratar quem é forçado a passar), de tão estreita que ficou aquela faixa de asfalto!

Pior! A confusão aumentou ainda mais na segunda volta, pois, além do pessoal da prova de 10 km, que já tinha concluído, pois seria muito difícil alguém não ter terminado 10 km em mais de 2 horas, acrescenta-se nessa receita de bolo, mais os participantes da meia, pois muitos já tinham concluído. Imaginem a muvuca, ou seja, o grande tumulto de pessoas. Tranquila mesmo, só foi a chegada da última volta, a qual, coincidiu com o término da maratona!

Mais problemas...

Mas se vocês acham que os problemas de organização acabaram por aí, enganaram-se. O ápice da desorganização foi a falta de medalha para os últimos participantes que concluíram a maratona. Pela primeira vez tive a oportunidade de presenciar esta cena em uma corrida!

Como, para os amadores, a medalha é o prêmio máximo a ser conquistado em uma corrida, este foi um fato realmente lamentável! Por um momento, fiquei imaginando como seria chegar em casa, sem medalha, após ter realizado a prova. Parafraseando aquele narrador de futebol, eu diria: “Que desagradável!”

Mas, enfim, o importante é que concluí a prova, com tempo acima de 4 horas, bastante cansado, por sinal, acredito que por causa das várias pontes, elevadas e viadutos existentes no percurso, os quais aumentaram e, em muito, o grau de dificuldade, tanto na subida, quanto na descida.

528
Com a medalha ... um privilégio de recebê-la no final - Foto: Marcela/Recife

Ah! Eu tive a sorte de receber a minha medalha no mesmo dia, no final da prova. Quanto à camiseta, só fui recebê-la, em casa, muitos meses após a realização da prova.